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9.8.1 - MILAGRE NA RUA PRESCOTT

Enquanto para a maioria das pessoas o Natal é época de felicidade, Piper está nervosa e um tanto ranzinza... Agora, ela vai ter que voltar a ser criança para não deixar morrer a magia dentro de si.


1.
É uma linda manhã em San Francisco. O carro de Henry estaciona em frente à Mansão Halliwell e Paige desembarca, indo direto para o porta-malas.

- “Pegue aqui, Henry! Você consegue levar mais uma?”

- “Essas caixas são enormes, o que tem dentro delas?”

- “São só umas coisinhas que eu comprei para a Piper... venha, vamos colocar na sala da Mansão!”

As caixas são leves, mas desajeitadas. Henry tem dificuldades em passar pela porta e deixá-las onde Paige as quer.

- “Obrigada, querido!”

- “Bem, agora preciso ir para a delegacia. Vejo você mais tarde.”

Os dois se despedem e Paige fica sozinha na casa. Ela sabe que, nesse horário, Piper e Leo estão trabalhando no restaurante.

- “Minaaaa! Mina, eu já cheguei!”

Logo, a babá leprechaun aparece trazendo Wyatt e Chris.

- “Bom dia, dona Paige! Os meninos já estavam ficando ansiosos... Wyatt quase não conseguiu guardar segredo!”

- “Ah, esse sapequinha!...” Paige faz um carinho no sobrinho. “Bem, então vamos aproveitar essa animação e colocar a mão na massa. Venham, me ajudem a abrir esses pacotes.”

Logo, a sala fica cheia de papéis de embrulho e caixas vazias. Os meninos se divertem, alcançando coisas para Paige e a babá leprechaun. Bem no meio do aposento, as duas montam com cuidado uma grande e bela árvore de Natal.

- “Pronto! Agora só falta ligar as luzinhas e... tchan!”, diz Paige

Ela coloca o plugue na tomada, mas nada acontece. As luzes continuam apagadas.

- “Esta tomada deve estar ruim, vamos ver aqui nessa outra...”

Novamente, as luzes não acendem.

- “Quem sabe as luzes não estão queimadas?”, sugere Mina.

- “Isso é impossível, acabei de testar na loja antes de comprar, e estavam perfeitas!"

Paige mexe mais um pouco no plugue, muda novamente de tomada, e nada. É uma pequena frustação depois de tanto trabalho, mas a árvore está bonita do mesmo jeito.

- "Bem, acho que por enquanto vamos ter que deixar assim.”

2.

O Pan está cheio de clientes, e os garçons correm para todos os lados para poder atender a todos. A cozinha está um caos, que Piper tenta dominar.

- “Onde estão os camarões que encomendei na semana passada?”

- “O fornecedor não entregou, dona Piper. Disse que não tinha mais em estoque por causa do Natal”, responde um dos cozinheiros.

- “Como assim? E os outros fornecedores?”

- “Nenhum deles tinha. Só para depois do Ano Novo.”

Ela faz cara de braba e tenta telefonar para um dos fornecedores, mas chamada cai direto numa gravação:


- "No período de Natal, estaremos em férias coletivas. Desejamos a todos os nossos clientes..."

Piper não espera o final da mensagem. Cada vez mais irritada, ela vai até o escritório, onde encontra Leo.

- “Leo, que idéia foi essa de dar folga para o Tino logo agora? É a época mais movimentada que já tivemos!”

- “Ele precisava passar uns dias com a mãe, Piper. Ela já está velhinha...”

- “Mas tinha que ser no Natal?”

- “Essa era a idéia...”

- “Ufff! Saco de Natal! Os fornecedores não atendem, faltam funcionários, e todo mundo decide vir ao mesmo tempo para o almoço!”

- “Bem, este é um restaurante, não é?” diz Leo, com um sorriso.

- “Não estou achado graça, Leo! E afinal, você conseguiu consertar as tomadas da sala lá de casa?”

Leo faz uma careta.

- “Ainda não... parece que o problema é mais grave do que eu pensava...”

- “Então por que não chamou um eletricista?”

- “Eu tentei, mas... nenhum pôde ir. Estavam todos viajando ou então cheios de serviço por causa do Natal.”

Para Piper, era só o que faltava.

- “Arrrrgh, eu odeio o Naaaaatal!!!”

3.

Phoebe sai animada de sua sala no Bay Mirror e esbarra em ninguém menos que a editora-chefe.

- “Elise! Eu ia justamente te dizer que já entreguei as colunas de hoje até terça!”

- “Mas quem diria! Trabalho adiantado, mais de uma semana sem atrasos, sem sumiços, sem 'emergências familiares'... nem parece a Phoebe que eu conheço!”

- “Ora, Elise, me dá uma chance, vai! Eu também posso ser uma boa funcionária!”

Elise sorri. Afinal, Phoebe merece crédito: o pessoal da editora elogiou muito os capítulos já entregues do seu primeiro livro.

- “A propósito: quando você vai entregar a cópia definitiva do livro? Lá na editora estão ansiosos para ver o final.”

- “Pois eu... estava pensando nisso agora mesmo! Só faltam uns últimos detalhes que quero verificar. Acho que vou para a minha sala fazer isso!”

Phoebe dá a volta e escapa de Elise. Ela fecha a porta com cuidado e dá dois passos de costas para trás, certificando-se que a editora-chefe não a seguiu.

É quando ela sente braços que envolvem sua cintura e a puxam para uma cadeira. Phoebe deixa-se cair no colo de Coop.

- “E então, já acertou as coisas com a chefe?”

- “Tudo ok... agora podemos ficar mais um tempinho aqui, sossegados..."

Os dois trocam um beijo apaixonado.

- “Esses têm sido os melhores dias para mim em muito tempo”, confessa Phoebe. “Não fosse pelo que aconteceu com Prue, este seria o melhor Natal da minha vida!”

- “Phoebe, mesmo os seres do mundo mágico têm que aprender a aceitar o destino.”

- “Eu sei disso, mas... é como reabrir uma ferida que já estava cicatrizada há tantos anos! Ainda bem que tenho você por perto.”

Phoebe abraça o cupido.

- “Você me inspira... Quando tempo ainda vai poder ficar?”

- “Bem, não muito” diz Coop, “ Tenho deixado minhas obrigações um pouco de lado, ultimamente!”

- “Hummm... por minha causa, não é?

- “Por MINHA causa antes de tudo! Depois desses anos todos levando o amor para as pessoas, é bom experimentar um pouquinho do próprio remédio!” responde Coop.

- “Antes que você vá eu queria te pedir uma coisa.”

Phoebe se levanta e vai até a escrivaninha, de onde pega uma pasta de folhas.

- “Você certamente é a pessoa que eu conheço que mais entende disso” diz ela, entregando a pasta para Coop.

- “'Encontrando o Amor'. É o seu livro?”

- “Sim, estes são os originais completos, e eu gostaria que você fosse o primeiro a ler”.

- “Com certeza vou adorar!”

- “Não seja bobo! Eu quero uma opinião crítica, quero que você me diga o que achou de errado, quero que me corrija. Afinal, você é o especialista!”

- “Querida, só o que eu sei é que você é perfeita. E seguindo essa lógica, certamente tenho uma obra de arte nas mãos!”

Phoebe sorri. Depois, os dois se despedem com mais um longo beijo.

4.
Piper abre apressada a porta da mansão. Leo ficou cuidando do restaurante durante a tarde, e ela veio para casa procurar numa antiga agenda da avó o telefone de algum eletricista.

Mas não chega a dar meia dúzia de passos antes de perceber que há mais gente ali.

- “Mamãe! Vem ver que bonito!” exclama Wyatt, correndo para abraçar Piper.

- “O que é isso?” ela pergunta, vendo os meninos e a babá em volta da recém montada árvore bem no meio da sala.

- “É um presente meu para vocês” responde Paige. “Não ficou linda?”

Piper se esforça para evitar uma careta. Ela demora alguns segundos para responder, escolhendo as palavras.

- “Paige, isso é uma árvore de Natal.”

Paige faz cara de espanto.

- “É claro que é uma árvore de Natal!”

- “Mas, Paige... nós somos bruxas!”

- “E daí?”

- “Você não acha que é pouco apropriado?”

- “Claro que não! Você não sabia que a árvore de Natal tem origens que vão da Alquimia à Cabala? Há muito simbolismo esotérico aqui. No ocultismo ou nas religiões orientais, os espíritos dos antepassados são invocados por meio de uma árvore.”

Mas Piper continua contrariada.

- “Paige, vamos deixar que os antepassados descansem, ok? Não vejo porque ensinar os meninos a imitar uma tradição boba!”

- “Não é uma tradição boba! Árvores sagradas eram adotadas pelos druidas, pelos romanos, e por nossos ancestrais egípcios também! O próprio dia 25 de dezembro coincide com os festivais pagãos que celebravam o solstício de inverno, no Hemisfério Norte!”

- “Pois na minha opinião, o Natal não passa de um culto ao comércio, para render muito dinheiro para as lojas, só isso! Uma festa de ilusão, é o que é. Você já pensou em quantos se desesperam porque não podem comprar presentes?”

Paige percebe que está malhando em ferro frio. Ela interrompe o discurso de Piper, fingindo ouvir um chamado.

- “Oh, parece que um dos meus protegidos precisa de mim... desculpa Piper, conversamos mais tarde. Tchau!”

Ela orbita antes que a irmã possa fazer algum protesto. Piper solta um suspiro, e olha contrariada para a árvore que ocupa boa parte da sua sala.

- “E ainda tem essas luzes inúteis! Para quê tudo isso, se as tomadas não funcionam?”

- “Ah, então por isso não conseguimos ligá-las! Estão com algum problema, dona Piper?”

- “Sim, Mina. E parece que não há um eletricista disponível na cidade, por causa dessa... umpf! Desse Natal!”

A leprechaun, que acompanhou toda a discussão entre as irmãs, se aproxima de Piper.

- “Se esse é o problema, eu posso ajudar. Conheço a pessoa ideal para resolver o que a senhora precisa!”

Piper pensa em recusar, mas logo lembra do que aconteceu da última vez que ignorou os conselhos da babá.

- “Está bem, pode chamar. Afinal, o que mais poderia dar errado hoje?”

Um comentário:

Elaine disse...

Muito bom! Ótima escritora, está alegrando a vida dos órfãos da série!!

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