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5.
Uma jovem Sacerdotisa bate à porta do quarto de Prue, trazendo um pacote nas mãos.

- “Entrega para a senhora. É um presente.”

- “Um presente? Pode deixar em cima da mesa, obrigada!”



A moça sai e Prue abre o pacote, cheia de curiosidade. Dentro há uma caixa e um cartão, onde se lê:

“Para a Rainha das Sacerdotisas, um presente que vai lhe ajudar a desenvolver suas habilidades mentais.
Com toda estima da
Senhora Yasna.”

O fato de não conhecer a remetente não impede Prue de abrir rapidamente a caixa, ansiosa para ver o que tem dentro. É uma bonita bola de cristal, muito brilhante e transparente, e com a peculiaridade de emitir pequenos fachos de luz verde.

Prue sabe muito bem como usar uma bola de cristal. Imediatamente, imagina como o presente será útil em suas tentativas de visualizar as irmãs. Sem desconfiar de nada ela pega o cristal, e é sacudida por uma pequena descarga de energia.
É como um choque elétrico. Todo o seu corpo é tomado pela luz verde, que se dissipa tão rápido quanto apareceu. Um pouco atordoada, mas sem notar o que acaba de acontecer, Prue coloca a bola de cristal sobre um pedestal, em cima da mesa, e se concentra para tentar ver alguma coisa. Ela não sabe, mas já está sob o feitiço da Senhora da Inveja.

6.
Paige está desanimada. Cancelou todos os compromissos para ficar com Henry no dia do aniversário, e o marido não conseguiu folga da delegacia. Phoebe não pôde almoçar com ela e, a essa hora, Piper deve estar muito ocupada no restaurante.

“É o aniversário mais sem graça que eu já tive”, ela pensa. Sozinha no apartamento, começa a arrumar seus objetos de magia só para passar o tempo.

- “Essas poções anti-demônio já estão vencidas” diz, jogando no lixo alguns vidrinhos coloridos. “Preciso fazer umas novas.”

Paige separa os ingredientes e, sem muito ânimo, começa a preparar um novo estoque de poções. Depois, lava o pequeno caldeirão, tira o pó do atame e descobre, no fundo de uma gaveta, a caixinha onde o Ahnk está guardado. “Eu até já tinha me esquecido disso!”

Ela abre delicadamente a caixa e limpa o Ahnk com cuidado. “Como é bonito! Pena que eu nunca aprendi a usá-lo direito”, pensa. Satisfeita com o próprio trabalho, Paige senta numa cadeira e começa a admirar o brilho do antigo artefato egípcio.

Aos poucos, seus olhos começam a ficar pesados. Ela cai em sono profundo, e um estranho sonho tem início.

Paige está num jardim cheio de espelhos. À medida que ela vai caminhando e passando por eles, vê sua imagem em diferentes momentos da vida: quando era uma criança, depois adolescente, e adulta.

Como se viesse de muito longe, ela escuta uma voz que pergunta: “Quem é você, Paige? Quem é você?”

Há também muitas flores, mas uma única árvore. É uma espécie de figueira, bela e imponente. Paige de aproxima. Ela percebe que nos galhos há espectros, com imagens de pessoas que ela conhece.

- “Aquela é Melinda Warren!”, diz, lembrando do desenho que viu no Livro das Sombras.

Acima há outras mulheres, muitas que ela nunca viu, mas que lhe são estranhamente familiares. Ela também localiza sua avó Penélope, a mãe, e depois Piper e Phoebe.

Paige olha para baixo e, no tronco, reconhece mais uma pessoa. É a imagem de uma rainha egípcia. Novamente ela ouve a voz suave, que diz: “Use o Ahnk... e você será imortal, Rainha Hatshepsut!”.

Paige Mattews acorda num pulo. Está suando, e seu coração bate acelerado dentro do peito. Ela corre para um espelho e fica olhando fixamente para o próprio rosto.

Apesar de pressentir que é importante, para ela é muito difícil entender o significado daquele sonho.

7.
Prudence respira fundo e se concentra com o olhar fixo na bola de cristal. À sua volta, tudo é silêncio. A bola parece exercer um forte poder hipnótico sobre ela que, aos poucos, entra num profundo transe.

Seu olhar se aproxima de um local onde nunca esteve antes. É o Pan Rastaurant. Dentro, Piper e Phoebe estão atarefadas, organizando várias coisas ao mesmo tempo.

Prue ri um riso solto, contente pela nitidez e pela facilidade com que consegue observar suas irmãs. Ela sente o coração ficar cheio de saudades, e presta atenção para ouvir sobre o que estão falando.

- “Que bolo lindo!”, exclama Phoebe, ao ver o doce enfeitado com vários tons de cor-de-rosa em cima da mesa principal. “É a cor favorita de Paige!”

- “Eu sei. Por isso mandei fazer assim” responde Piper, sem disfarçar o orgulho que sente do próprio bom gosto.

- “Piper, você se superou. É a festa de aniversário mais bonita que eu já vi!”

O diálogo das duas deixa Prue intrigada. Quem será que está de aniversário? Será um dos meninos da Piper? Ouviu falar que a irmã tem dois filhos, e que foram afastados dela por sua causa. Ela se concentra para ouvir mais.

- “A Paige merece. Ás vezes eu não sei expressar direito o quanto gosto dela, o quanto acho que ela tem sido uma boa irmã. O bom-humor e a disposição dela são como um alívio para minha rabugice!”

Piper e Phoebe caem na gargalhada.

- “A Paige é um doce! Foi uma sorte para nós termos a encontrado”, completa Phoebs.

“Então tudo isso é para ela”, pensa Prue. “Eu não sabia que gostavam tanto assim da minha substituta”. Um forte sentimento de ciúme vai crescendo em Prue.

- “É... depois de tudo o que tem acontecido com a nossa família, vai ser muito bom fazer essa festa para a Paige”, diz Piper.

O rancor e a inveja tomam conta de Prue. “Elas me substituíram na vida e no coração”, pensa. “Sequer sentem a minha falta. Preferem essa bastarda a mim, que abri mão da minha vida pessoal para mantê-las em segurança!”

Ela se concentra, e tenta ver na bola de cristal onde Paige está.

No apartamento, a mais nova das Halliwell nem desconfia que esteja sendo observada. Sentindo-se solitária, Paige pega o telefone e liga para o Pan.

Piper atende, e ouve o convite para um passeio no shopping. Mas ela dispensa Paige do mesmo modo que, horas antes, Phoebe fez.

- “Não, não posso, querida! Estamos consertando um vazamento na cozinha aqui no Pan, e tudo tem que estar pronto antes do jantar. Tá a maior bagunça por aqui! Tchau.”

- “Será que ela não está desconfiando de nada?”, pergunta Phoebe, depois que a irmã desliga.

- “Pelo tom aborrecido com que se despediu de mim, tenho certeza que não!”, responde Piper.

De fato, do outro lado da linha, Paige está extremamente decepcionada.

- “Como podem ter esquecido do meu aniversário!” diz ela, em voz alta. “Elas não têm a menor consideração por mim!”

Em seus aposentos, Prue treme de raiva ao ouvir esse comentário. “Não passa de uma ingrata”, ela pensa.

E Paige continua: - “Minhas irmãs não pensam em mim. Tenho que me acostumar com isso. Não me dão a menor bola!”

Movida pela inveja e pelo ciúme provocados pelo feitiço de Yasna, Prue fica transtornada.

- “Essa fedelha não merece o amor e a dedicação da Piper! E pensar que a Phoebe acha essa ingrata ‘um doce’! Ela merece uma lição, isso sim!”

Imprudentemente, Paige continua a falar sozinha. Pelo menos, é assim que ela acredita estar.

- “Talvez elas preferissem ter aquela irmã-demônio em meu lugar...”

É o que basta. Tomada pela ira, Prue levanta da cadeira com um gesto brusco.

- “Essa mal-educada vai ter o que merece!”

Ela vai até uma escrivaninha e pega lápis e papel, onde rabisca febrilmente um feitiço.

-“Ventos do Norte, que movem as árvores,
Três vezes três, deixe ver, sem amor,
No espelho, a face da Morte,
Na hora da festa, um grito de dor.”
Nesse momento, um vento gelado faz abrir com um golpe uma das janelas do apartamento de Paige. Ela corre para fechá-la, mas o vento é tão forte que é difícil mover as persianas. “Que coisa estranha” pensa Paige, sentindo calafrios.

8.
Henry abre a porta do apartamento e entra todo animado, para procurar a esposa. Paige está sentada na frente da penteadeira, fazendo a maquiagem. Ele lhe dá um beijo e diz:

- “Vou tomar um banho rápido e já vamos sair!”

- “Não entendo por que de repente te deu essa pressa de comemorar meu aniversário. Você me deixou o dia inteiro sozinha!”

Henry ignora o comentário. Ele prometeu a Piper e a Phoebe que manteria segredo sobre a festa e, embora veja o quanto Paige está chateada, sabe que a surpresa vai valer a pena.
Os dois deixam o apartamento em direção ao Pan. Henry entrega as chaves ao manobrista. É quando algo chama a atenção de Paige.

- “Olhe, está tudo escuro lá dentro! Será que o restaurante está fechado?”

- “Vamos ver mais de perto” diz Henry, abrindo a porta e conduzindo a esposa para dentro.

Nesse momento, todas as luzes do restaurante se acendem ao mesmo tempo e dezenas de pessoas saúdam a recém-chegada. São amigos, familiares, e muitos seres do mundo mágico.

- “Feliz aniversário, Paige!”

Lá estão Piper, Leo e os filhos, com a babá leprechaun. Phoebe e Coop. Penelope e Patty Halliwell.

Darryl e a esposa estão presentes, além de Victor Bennet e uma série de protegidos de Paige. Também há fadas, elfos, uma série de criaturas mitológicas e muitos, muitos leprechauns!

Os olhos de Paige se enchem de lágrimas. Ela sente todo o corpo tremer de emoção, e corre para abraçar as irmãs.

- “Obrigada, obrigada! E pensar que o dia inteiro eu achei que vocês tinham esquecido do meu aniversário!”

Paige está alegre como uma criança. Durante toda a festa ela circula pelo salão, cumprimentando e conversando com todos com um largo sorriso no rosto.

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